Hoje lembrei-me que ainda não tinha vindo aqui partilhar os vestidos e as camisas que fiz para todos usarem no Natal. E então pensei fazer também uma pequena retrospectiva do que costurei no ano de 2016 – lá está ela, a incoerente, diz que não faz projectos nem retrospectivas e depois não pára de as fazer. Pois é… é inevitável.
Confesso que, ao olhar para os armários dos miúdos tive uma ligeira sensação de orgulho. Apesar de tudo (não sei se cumpri uma peça de roupa por mês, mas estive lá perto e, se houve meses que não costurei nenhum, noutros – como em Dezembro costurei 6) Por isso, parece-me que foi um ano produtivo, no que trata de produzir roupa. Na verdade, acho que se não fosse a tradição de lhes fazer roupa nos aniversários provavelmente nao teria nem metade da roupa handmade. Se não fosse esse compromisso comigo própria e com eles não teria, concerteza feito “tanta” roupa. Mas, no que acontece é que ainda tenho de comprar roupa, o que significa que, apesar de tudo, alguma coisa está a falhar.
A ideia era mesmo deixar de comprar roupa. Claro que já deu para poupar umas compras. Se pensar que compraria nalguma loja de baixo custo, faço as contas e percebo que não poupei dinheiro, mas poupei consciência. Se pensar que compraria numa loja de custo real (e por isso trabalho justo) já poupei dinheiro.
Confesso que, antes de ser mãe, achava esta coisa de vestir os filhos de igual meio pirosa. Mas, confesso que me dá mesmo um gosto muito grande vê-los de igual. Não sei se é o sentimento de pertença, se uma qualquer afirmação narcísica: “são os meus filhos, sao lindos, não são?”
A verdade é que, para mim quando estão vestidos de igual, mesmo que seja com um trapo, fico com a sensação que estão super arranjados e o que transmitimos uma sensação de família organizada onde as manhãs não é cada um que se veste para seu lado com roupas amalucadas, que saiem de gavetas caóticas. Mas sim uma mãe ou um pai que escolhe a roupa cheirosa e engomada e a prepara de véspera. Eles acordam e, felizes, vestem a roupa escolhida pelos pais. Nunca querem fato de treino, nem roupa punk nem havaianas com meias brancas por baixo.Não sei o que é,mas por enquanto, enquanto eles deixarem, vou continuar a fazer a roupa igual – nem que seja dois a dois (ou três a três como fiz no Natal).
Maria, para a roupa que tens mesmo de comprar, o melhor, mais barato e mais coerente, na minha opinião, é comprar em 2ª mão. Tens a Kid to Kid, no Picoas e em Telheiras (para os miúdos), e a Humana, com 4 lojas ao longo da Almirante Reis e mais outra ao pré da Praça de Espanha (para os adultos).
Olá Maria. As roupas que foste fazendo são tão linda, mas tens razão, maior parte das vezes eles não andam de camisa ou vestido. Por acaso, visto muito os meus filhos com fato de treino porque é como se sentem mais confortáveis, principalmente o menino, que me pede mesmo para vesti fato de treino. Quentes e confortáveis é o mais importante para mim, mas depois vem a minha consciência “será que esta roupa foi feita por crianças? ou por pessoas sem o mínimo de condições de trabalho?”, portanto pergunto-te ( para mim já começas a ser um género de guru 😀 ) qual seria a melhor opção? Quando pensas em começar a fazer os básicos e as calças, o que vais fazer em concreto? Ai Maria, tenho máquina de costura à minha disposição, tenho uma vontade enorme de reaprender o tricot (a minha mãe ensinou-me em criança, mas faleceu quando eu era novinha e não tenho oportunidade de reaprender com ela), mas não sei por onde começar, a sério, sabes aquela sensação que queres aprender de tudo ao mesmo tempo e acabas por sentir que não fazes nada. estou desorientada. Não sou de resoluções de ano novo, mas este ano gostava mesmo de começar a tricotar, podes dar-me umas dicas? Nem sei que agulhas e malhas devo comprar para começar. Desculpa a mensagem enorme. Beijinhos
Querida Flávia desculpa só responder agora.
Não sei por onde começar .
Primeiro. A tua mãe. Fiquei emocionada de saber. 😔
Segundo: aprendi tricot e costura em vídeos na net. Se estivesses cá em Lisboa ensinava te mas também
Imagino que exista muita
Coisa aí em cima.
Este ano quero fazer mais calças e mais
Pijamas. Embora já para este domingo esteja a fazer um casaco ( pedido especial de um miúdo que vai fazer 10 anos e que também adora fato de treino) queres-me mandar um Mail é mais fácil para falarmos ? O meu é mariacordoeiro@gmail.com
Obrigada pela disponibilidade, és uma querida! o meu mail é f.morais@portugalmail.com
Já vi um video da Rosa Pomar e parece-me que consigo. Afinal é um reaprender, acho que acabo por me lembrar como é. Mas não sei que agulhas devo comprar. Se eu vivesse aí, inscrevia-me num workshop na retrosaria, sem dúvida. Tens o livro da Rosa Pomar? Achas que devo comprar? Beijinho
Espectacular! Adoro vê-los de igual também! Em tempos costurei também e fiz roupa de criança, tricotei também, mas agora tenho cada vez menos tempo. Este ano não é ainda o meu objectivo, mas voltarei a produzir roupa e a consumir o que produzo! Mas, Parabéns, porque a “colecção 2016” ficou mesmo muito gira!
Como diria a Marta Gautier, quando estão todos vestidos de igual dá a sensação que são só um…Admiro o facto de os conseguir vestir de igual, mas, mais que isso, que eles aceitem de cara alegre! Parece-me que na sua casa as coisas são feitas de uma forma tão una, tão junta, tão …todos juntos a fazer bolachas, a ajudar a Mãe ou o Pai, a Horta, a passear…tão unidos, tão irmãos!Parabéns!
Linda colecção 🙂