Sexta feira parte 5

  
  

  
  

Dia de chuva e sexta feira é, para quem tem filhos pequenos, a combinação perfeita. Ou seja: já que sabes que não vais sair à noite então nada como sentir como é quente e acolhedor o nosso lar.
Como já tenho vindo a contar aqui, aqui e aqui, a sexta feira é uma noite familiar muito importante para nós (na verdade a única noite que temos verdadeiramente com eles ao fim de semana, pois cá em casa as crianças estão excluídas da noitada ao sábado e ao domingo .

Hoje disse-lhes que íamos aproveitar o dia lindo que esteve e fazer um piquenique… de pijama. Peguei no nosso cesto, pus o meu chapéu et… Voilá! fizémos um piquenique bem no meio da nossa sala, com tudo a que temos direito, claro: Maçarocas , salsichas frescas, batatas fritas e uma boa salada de queijo cabra. Palitos de cenoura com molho  e , claro uns queques de chocolate acabadinhos de sair do forno (a parte boa de fazer um piquenique em casa é ter tudo quentinho e acabado de fazer!)

No fim, em vez de uma sesta à sombra fizemos desenhos, tricot e ouvimos uma história . E assim acabou a nossa sexta feira…(mentira, ainda não acabou que eles estão acordados enquanto escrevo este post, ninguém quer dormir, deve ter sido se terem apanhado demasiado sol. Para a próxima também eles põem um chapéu!)

6 anos e muito amor

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Faz hoje seis anos que nasceu o nosso segundo filho. O nosso pequenino e doce Benjamim. Ou Ben.
Tem sido incrível vê-lo crescer embora,para mim ele seja um bebé…não podia fazer já 6 anos.
E, se ver crescer um primeiro filho é impressionante, ver crescer um segundo é-o ainda mais (ou de outra forma). Não sei se me consigo fazer explicar: Um filho  mais velho é isso que faz, crescer,  ser crescido, ter imensos anos. Os outros são bebés mas, afinal, de repente fazem SEIS anos. (significa que todos vão crescer?!?!)
No dia que ele nasceu, uma grande amiga minha olhou para ele, muito gordo, muito loiro  e disse “Tem cara de estrela de rock”. Achei que ela estava meia doida, onde é que se via naquele bebé rechonchudo alguma coisa relacionada com rock, mas enfim..
E ele lá foi, crescendo, com o melhor feitio do mundo, cada vez mais loiro, cada vez mais comilão, cada vez mais querido, cada vez mais doce, cada vez mais ele.
Até que, fez quatro anos e pediu uma guitarra de presente de anos. Nós demos-lhe uma viola de brincar. Ele não ficou triste, mas não era bem aquilo.
Quando fez cinco anos pediu outra vez uma guitarra, demos lhe uma guitarra que até funcionava e, embora de plástico ele não a largou. E, desde então, vive a dar concertos, a ouvir musica a escolher música, a inventar letras. Ainda não toca nenhuma nota (mentira, já sabe o Mi), mas isso para ele não é importante porque, como ele diz “é o rei do heavy metal” e para isso não precisa de saber as notas.

Agora que faz seis anos volta a pedir uma guitarra “mas desta vez mesmo à séria”. Adora brincar, adora legos, adora tudo, Mas só queria uma guitarra. De manhã, não precisou de desembrulhar o presente para advinar o que era. Os olhos dele brilhavam e, embora brilhem com bastante facilidade, este era um brilho de um sonho realizado (daqueles que fazem os olhos dos pais brilhar também). Pôs a sua nova guitarra ao ombro, ligou o amplificador e começou a tocar (ou a fazer barulho…) já não quis saber dos bolos em forma de guitarra que lhe fizémos, nem dos wafles que pediu para o pequeno almoço.

O  dia viveu-o feliz, com toda a intensidade que fazer 6 anos lhes dá.

Ai, como eu gosto de os ver assim, como eu gosto do dia de aniversário deles… como eu vivo para estes dias, mesmo que impliquem noitadas a fazer bolos, bolachas e pequenos almoços.
Parabéns meu querido e rockeiro Ben!

Conchas fora de horas


  
  
  
  
Para matar saudades do verão, num dia que amanheceu tão chuvoso lembrei-me de falar das conchas que lá tenho em casa.

Tenho um fascínio por conchas e, quando vou a uma praia que tem muitas fico deslumbrada e com vontade de as trazer todas para casa (como se me trouxesse uma espécie de riqueza, tê-las em grande quantidade). Então, todos os verões, faço com os meninos o concurso das conchas: cada um tem um saco e tem de apanhar o máximo de conchas possível (têm de estar inteiras e ser bonitas), quando voltamos para casa peso cada um dos sacos, verifico as conchas e, o dono do saco mais pesado recebe um grande chocolate.

No fim das férias trago as conchas para a cidade e, normalmente não faço nada delas porque, nunca soube muito bem o que poderia fazer, se fizesse furos nas conchas elas partiam-se. E sem furos nunca me ocorreu fazer nada de esepcial (claro que aproveitava uma ou outra que vinha furada para fazer uns colares mas, as restantes acabavam por ir fora..)

Este ano descobri o truque de como furar conchas sem as partir. E então tenho estado a fazer uma cortina de conchas, mas como estou a demorar  muito tempo a tê-la pronta resolvi fazer já o post a contar este truque e mais tarde mostrar como ficou a cortina pronta.

Então o truque é qualquer coisa tão simples como ter um pano dobrado em 4 debaixo da concha e, com um prego e um martelo dar uma pancada suave na concha até esta ficar com um buraquinho perfeito. Depois é pano para mangas. Lá em casa, para além de uma cortina de conchas, vamos fazer também colares pintados para oferecer no Natal e um espanta espiritos para o nosso jardim.

E pronto, assim se tem um bocadinho de Verão e de praia no meio destes dias chuvosos que têm estado.

Grande-pequeno-almoço 

  
  

Há uns tempos, no princípio deste blog fiz um artigo sobre a preparação, de véspera, da mesa pequeno almoço.
Para mim, e para todos acho eu, não é fácil ter uma manhã muito calma e sem pressas. Por isso (ou para contrariar isso) faço um grande investimento no pequeno almoço. Adoro tomar o pequeno almoço e desde sempre que é uma refeição que faço com calma (com a calma possível). Quando era pequena a minha mãe punha sempre a mesa de véspera. E não só. Por exemplo muitas vezes se tinha um teste ou um exame preparava-me um ovo quente, não sei se  para ter mais energia ou para me sentir mais reconfortada. Provavelmente as duas coisas.  Enfim, coisas boas que guardamos da nossa infância/adolescência e que queremos repetir, agora como pais.A mesa de véspera simplifica, não só pelo tempo poupado a pôr a mesa de manhã como organiza a rotina. Os filhos vão acordando e vão aparecendo, cada um com o seu feitio. (Claro que a maioria das vezes há que trocar lugares, colheres, pratos mas isso são pormenores…)
Temos na cozinha uma pequena marquise onde tomamos apenas uma refeição – o pequeno almoço. De manhã entra  por lá o sol, muito descarado, casa adentro. Os meninos, ensonados e rabugentos, reclamam que ele não deixa abrir os olhos, mas eu adoro, fica uma luz linda e a certeza de um bonito dia que está a nascer. Também gosto em dias menos bons,  quando em vez do sol vemos a chuva a bater no vidro. Gosto mesmo muito desta pequena refeição familiar, que antecede um longo dia que passamos todos longe uns dos outros.

Faço sempre um café (na verdade acho que só bebo café com leite de manhã pelo cheiro que fica por toda a casa de um café de cafeteira acabado de fazer). As torradas vão-se fazendo e também deixam o seu cheirinho bem apetitoso.Há já algum tempo que conseguimos aniquilar de vez os cereais de pequeno almoço comprados. Faço os nossos  cereais da força e eles adoram, cada vez mais. Agora adoptei a técnica de fazer estes cereais personalizados, ou melhor, a base é a mesma e depois varia o que lhes ponho no fim. Um escolhe nozes, outro avelãs, um prefere lascas de chocolate preto, outro umas lascas de chocolate branco. Um prefere amêndoas e outro amendoins. Para um com passas, para outro sem passas. Depende. Do que querem e do que há na despensa.

Para a Jasmim tem sido um sucesso a papa de aveia feita de véspera e batida na hora: deixo aveia com fruta, leite e um pouco de mel no frigorífico durante a noite. De manhã passo num liquidificador e aqueço um pouco. Ela tem adorado, é tão saborosa que às vezes os irmãos querem lhe comer a papa toda (todos menos a Luz, inabalável na sua papa de farinha láctea que por mais que me esforce não a tenho conseguido demover…).

Enfim, tenho a certeza que, independentemente do que comemos (claro que quanto melhor, melhor) é o pequeno almoço que nos dá as forças que todos precisamos para o dia. E por isso, quanto mais em paz o tomamos mais força vamos ter para enfrentar a jornada.

1!


  
  
  

Parabéns querida filha ! Hoje foi a tua festa, o teu dia que passaste feliz e intensamente (sempre com a coroa que te fiz na cabeça- a sentires-te importantíssima !). As fotos são do dia  e da festa de hoje mas a história que conto passou-se ontem à noite.

Ontem adormeceste nos meus braços, no meio do rodopio tipico das nossas noites. Os teus irmãos cantavam e dançavam, ao som das músicas que iam tocando alto na nossa sala, como costumamos fazer todos os dias. Já estás habituada e há já um ano que fazes parte também desta maluqueira que é a nossa família.

Mas ontem, aninhaste-te a mim, indiferente ao barulho à nossa volta e, com a cabeça encostada no meu peito adormeceste. Eu deixei-me embalar por ti, pela tua calma e pela tua respiração e por uns momentos fechei os olhos e lembrei-me.

Lembrei-me como há um ano atrás chorei por te ver, linda, pela primeira vez. Lembrei-me como a nossa vida ficou ainda mais feliz e mais completa. Lembrei-me do momento em que, há um ano atrás, te puseram no meu colo, ainda com o cordão ligado a mim. Lembrei-me como nesse momento tive a certeza que esse cordão nunca iria ser cortado e que eu e tu estávamos ligadas para sempre.

Lembrei-me como foi emocionante ver os teus irmãos verem-te e amarem-te pela primeira vez num colo doce, excitado e trapalhão.

Lembrei-me como foram mágicos aqueles primeiros dias, só eu e tu , e como perdi a respiração na primeira noite em que estivemos os seis (mais um) no aconchego da nossa casa.

Lembrei-me de tudo o que cresceste neste longo e rápido primeiro ano da tua vida.

Lembrei me ainda de todos os caminhos que vais ainda percorrer . Lembrei-me de todas as conquistas que vais fazer nos próximos anos  e, como tem sido a melhor coisa que a vida me tem dado ver-vos, aos quatro, a crescer. E o contrasenso de vos querer para sempre pequeninos no meu colo.

Depois abri os olhos, olhei em volta vi os teus irmãos aos saltos e aos pulos e tu ainda dormir no meu colo. E percebi que sou a pessoa mais feliz do mundo só por estar ali naquele momento, com vocês, a lembrar-me do passado. E do futuro.